Barroso: STF é tribunal independente e está sempre desagradando alguém
Presidente do Supremo também pediu respeito de juízes com a população
Presidente do Supremo também pediu respeito de juízes com a população
O presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta
segunda-feira (4) que a Corte sempre está desagradando alguém. O ministro
também acrescentou que o Tribunal decide as questões que dividem a sociedade,
conforme determinação da Constituição.
No início desta
noite, Barroso participou da abertura do 17° Encontro Nacional do Poder
Judiciário, em Salvador. O ministro afirmou que o STF é um tribunal
independente e não pode ser avaliado por meio de pesquisas de opinião.
"A gente está
sempre desagradando alguém. Essa é a vida de um tribunal constitucional
independente que tem a coragem moral de fazer o que tem que fazer. E porque
sempre estamos desagradando alguém, sempre alguém perde, não é possível aferir
a importância do prestígio de um tribunal em pesquisas de opinião pública. Se
tem uma forma de não cumprir bem o próprio papel na vida é tentar agradar todo
mundo ao mesmo tempo, o que é impossível", afirmou.
O presidente do STF
também pediu aos juízes brasileiros que tratem com respeito a população que
comparece aos tribunais do país. "Conclamo todos os juízes a
tratarem todas as pessoas que compareçam a uma sala de audiência com respeito,
consideração, gentileza e, quando seja o caso, com carinho, porque é isso que
marcará a imagem do Judiciário", disse.
Na semana passada,
a juíza Kismara Brustolin, da Vara do Trabalho em Xanxerê (SC), foi
afastada das atividades após exigir ser chamada de "excelência"
por homem que foi ouvido como testemunha de um processo trabalhista. A
magistrada ainda chamou o homem de "bocudo". O caso veio à tona após
o vídeo da audiência ter sido publicado nas redes sociais.
Equidade racial
Barroso também
reafirmou que trabalha na criação de um programa de bolsas de estudos para
candidatos negros que desejarem prestar concursos públicos para a magistratura.
O ministro reconheceu que as pessoas negras não se sentem representadas no
Poder Judiciário e que as cotas raciais não são preenchidas nas seleções.
"Todos nós temos que ter um compromisso com a inclusão social dessas pessoas, que, por múltiplas razões, foram excluídas da possibilidade de participar da igualdade de oportunidade de vida brasileira. Nós defendemos as ações afirmativas no Judiciário porque há uma dívida histórica com pessoas que foram escravizadas e trazidas à força, temos uma dívida com uma abolição que foi feita sem inclusão social", completou.
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ROMAN RAITER - JUSTIÇA AO OASE